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barulho de fundo

quem tem alma não tem calma.

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22.09.24

A história do miúdo da Azambuja não é nossa


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📸Nuno Fox, in jornal Expresso


Estamos nos primeiros dias de aulas e as notícias não são as greves dos professores, as colocações ou falta delas.

Estamos nos primeiros dias de aulas e as notícias contam-nos a história de um miúdo de 12 anos, que alegadamente sofria de bullying, e que entrou na escola para matar. Escondeu uma faca de cozinha na mochila, vestiu o colete anti-balas do pai e esfaqueou todos os que lhe apareceram à sua frente.

 

Mas não foi uma história. Foi vida real.
E também não foi nos Estados Unidos. Foi cá.
Não foi numa das grandes cidades. Foi na Azambuja.
Não foi um terrorista. Foi um miúdo que podia ser colega dos nossos filhos. Podia ser o nosso filho.

 

Mas afinal o que é que se passa?
É que esta história não é nossa. 
Este país não é o nosso.
Esta criança não é das nossas. 
A faca. O colete anti-balas. O instalar do pânico. O magoar outros miúdos. Os sites nazis. A premeditação. Tudo isso são histórias que não são nossas.

 

O que é que não está a funcionar, para este miúdo de 12 anos chegar a este ponto?

Somos nós, pais, que andamos desatentos?

É a escola que está tão assoberbada em cumprir metas e programas que se esquece do que realmente importa?

É o desgoverno do governo? As políticas inexistentes da Internet?

Ou será de tudo um pouco?

 

Choca-me o facto de saber que podia ser noutra qualquer casa. Porque está tudo mal em todo o lado. Não é só na Azambuja.

Choca-me o facto de ver o escrutínio obcecado na forma como realmente tudo aconteceu. Faca? Colete? Horas? Quantos foram? Quantos fugiram? Quantos foram poupados?

Choca-me o julgamento em praça pública da negligência destes pais, que não viram, não perceberam, não estavam, não aconteceram. 

Quantas histórias como esta estarão para vir, directamente dos Estados Unidos para o nosso pacato Portugal?

 

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