E lá vai a hora mudar
A mudança da hora!
Eis que chega aquele momento do ano em que, por algum motivo, decidimos brincar com o tempo. Esse ritual sagrado em que acreditamos que manipular os ponteiros do relógio faz sentido.
Como a rotina não é suficientemente confusa, decidimos adicionar uma pequena desorientação colectiva ao panorama geral.
O que ganhamos com isto? Boa pergunta.
Adoro quando o horário de verão rouba uma hora do meu sono… porque claramente eu já estava a dormir demais. Perco uma hora, mas brindo ao jet lag sem sair do lugar. Brilhante.
O despertador desafia a lógica. Há sempre aquele momento de confusão matinal em que acordo e não sei se acertou a hora sozinho ou se pura e simplesmente me deixei dormir.
Está lançada a discussão sem nexo sobre o porquê disto tudo. Ah, mas isto era para poupar energia.
Cá em casa, definitivamente a culpa não é da lâmpada da cozinha que está sempre acesa. Mas da torradeira que nos obriga a torrar o pão três vezes porque nunca está no ponto certo.
E o que fazer para sobreviver?
Aceitar que isto baralha. Vai acontecer. Vou olhar para o relógio do carro e questionar em voz alta.
E o melhor é não confiar em relógios analógicos. Se há uma altura do ano em que um objecto pode sabotar a minha vida, essa altura é agora. Ou mudo a hora ou aceito ser enganada em breve.
O lado assim - assim é que posso usar a mudança como desculpa para muita coisa. Desculpa o atraso. Perdi a noção do tempo. Ainda não me habituei à mudança da hora. Funciona.
Resta-me aguentar e esperar pela próxima.
A mudança da hora é questionável. Reclamar é inevitável. E, daqui a uns meses, voltamos a repetir o espectáculo. É mais forte do que nós. ⏳
Coisas da vida a acontecer.