Agosto maldisposto !
Agosto é, por norma, o mês do Verão, das férias, do país a meio gás. Todos se queixam de Agosto, mas, para o ano, continuam todos à sua espera outra vez.
Agosto faz parar o trânsito. As escolas. As empresas.
Agosto cheira a comida farta, a fritos, a protector solar e a perfume. Cheira a calor, a algas e a mar.
Agosto tem o som das ondas, dos gritos dos miúdos, mas também dos graúdos.
Agosto é assim.
Mas Agosto já era. E este ano, foi maldisposto, rezingão, sério e moralista. Lembrou-nos que as coisas não são como nós queremos, mas sim como são ou têm que ser.
Que não há regra sem excepção e que a última palavra é sempre soberana.
Que há os que querem, os que fazem e os que podem.
E que o Sol, quando nasce, não é para todos.
Gritou bem alto a palavra impotência aquando do incêndio na Ilha da Madeira.
Sussurou-nos a imprevisibilidade quando nos acordou de madrugada com o sismo.
Mostrou-nos que os imigrantes não são uma pedra no nosso sapato e afinal fazem falta para supervisionarem as praias.
E que se a subida dos preços, para nós, consumidores, é um problema, para os que precisam de ganhar uns trocos na dura venda de bolas de Berlim na praia, é um problema muito maior.
Há uns anos, cantava-se o meu querido mês de Agosto. Mas depois deste que passou, duvido que o mote, pelo menos por cá - #oesteagreste - se mantenha.