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barulho de fundo

quem tem alma não tem calma.

barulho de fundo

quem tem alma não tem calma.

15.07.24

António Variações

não um, mas "o" artista


antoniovariacoes2015.jpg

Há uns dias fui ao teatro com os meus filhos - de 13 e 10 anos - ver uma das muitas biografias recriadas de António Variações.
Eu e o meu marido já tínhamos visto filmes e séries e no meu caso ainda acrescento dois ou três livros ao meu repertório.

 

António Variações foi um artista incrível.

A música. A indumentária. O carisma. O que fez enquanto viveu e o que nos deixou depois de morrer.

Uma pessoa absolutamente fora da caixa. Extravagante para a altura. Um artista típico de primeiro estranha-se e depois entranha-se.

 

Mas o mais curioso é que esta ideia que temos, faz parte das percepções do passado. Da minha geração e das gerações anteriores. Porque para os meus filhos, o António Variações já não foi assim tão diferente, tão fora da caixa e tão extravagante. Para os meus filhos foi só o António Variações. Um artista. Sem qualquer rótulo, estranheza, crítica.

 

Os meus filhos fazem-me perceber que estas gerações de agora são muito mais criativas, muito mais artistas, muito mais livres nas suas escolhas e atitudes.

Não é  minimamente estranho um homem ser cabeleireiro, pintar os olhos e gostar de usar um lenço comprido ao pescoço.

Não é minimamente estranho as demonstrações de fragilidade e sensibilidade serem igualmente permitidas a homens e mulheres, nem é estranho os artistas também serem homens!

 

Estas novas gerações nem sabem a sorte que têm nesta sua recente liberdade de movimentos.

Porque eles podem ser, parecer e fazer, sem que a sociedade os questione. Eles são livres e por isso mesmo são o que realmente querem ser. Vão muito mais longe do que alguma vez nós sonhámos ir.

 

Espero que com esta geração surjam mais e mais artistas semelhantes. Se forem só semelhantes, já estamos no bom caminho. 

Porque como ele, nunca mais vai haver nenhum.

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