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barulho de fundo

quem tem alma não tem calma.

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quem tem alma não tem calma.

25.10.24

#Influencer


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Não sei o que me irrita mais...

Se a palavra Influencer. Se Influenciadora.

Se o facto da profissão de Influencer agora ser um posto. No meu tempo, a antiguidade, sim, era um posto. E pior, são as ditas que se auto-intitulam disso mesmo. Porque as que realmente são, limitam-se a ser.

 

Ódios de estimação à parte e porque se trata apenas de nomenclaturas e pouco mais, o desabafo hoje vai mesmo para a profissão.

Tal como em todas as profissões, há Influencers e Influencers. As que realmente são e aquelas para os quais não passa de um sonho. Para ser Influencer não basta querer e querer muito, a todo o custo, senão o mais provável é cair-se no ridículo, o que há de mais cruel nas redes sociais.

 

A febre de ser Influencer é tal, que algumas andam noutra dimensão e facilmente entram no vale tudo, mesmo tudo, só para chegar a mais pessoas. Mais, que não significa as melhores e as mais adequadas àquilo que comunicam.  O objectivo é chegar, que é como quem diz, gostos e audiências.

Mas fica a dica, até porque a minha geração [1978] não dura para sempre e nunca é demais lembrar: Não publiques nada hoje que te envergonhe amanhã... porque amanhã vai continuar online, à vista de todos. 

 

Basta olhar para as redes sociais com um olhar mais atento, para perceber que esta nova geração de Influencers [algumas das que se auto-intitulam e não as que realmente são], estão a perder completamente o Norte ao cair na tentação das marcas, das ofertas, do número de seguidores.

 

Miúdas de 20 e poucos anos a falar de menopausa e cremes para peles maduras?! 

Cada um fala do que quer. Longe de mim de questionar a liberdade de expressão... mas, também eu estou no meu direito de questionar se isto fará sentido.

É que, se por um lado há marcas com estratégias certeiras no que toca a Influencers, por outro, parece-me arriscado unirem-se a estas pessoas, cuja probabilidade de não estarem muito alinhadas com a marca, é gigante.

Todos cometemos erros e damos passos em falso, sim, é verdade. Mas, também por isso é que nem todos somos Influencers. Porque não é para quem quer, é para quem pode. Para quem destila valor, credibilidade, critério, conhecimento e experiência na área em que actua.

 

Ser Influencer não exige apenas trabalho árduo e esforço em muitas e muitas publicações. Ser Influencer é muito mais do que isso. São precisos os dois "Cs": consistência e coerência. E resistir à tentação de promover [quase] tudo.

Sou fã do digital e tiro-lhe o chapéu. Veio democratizar a aprendizagem, globalizar a informação e facilitar a troca de ideias e a partilha de experiências. Mas, ao mesmo tempo, continuo a ser um bocado antiga em certas coisas. Custa-me perceber esta febre por gente com dois palmos de testa, menos de três décadas de idade e pouca ou nenhuma experiência de vida. Podia ser só mais uma febre, é certo. Mas esta já dura há tempo demais.

 

Obviamente que acho fundamental a colaboração das Influencers como forma de potencializar as marcas e determinados produtos. A sua divulgação. Demonstração. Aprovação. Mas o lixo digital, neste sentido, já é tanto, que se torna muito difícil separar o trigo do joio.

 

E não será esse o papel principal das Influencers? Ajudarem-nos a nós, consumidores, nas nossas escolhas?

 

É só uma reflexão de fim-de-semana...

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