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barulho de fundo

quem tem alma não tem calma.

barulho de fundo

quem tem alma não tem calma.

10.04.25

O encanto dos aeroportos,

histórias entre partidas e chegadas


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Há algo de fascinante nos aeroportos. Histórias que se cruzam. Sonhos. Despedidas. Lugares onde o tempo parece correr em dois ritmos. Para quem espera e para quem parte.

Ponto de passagem, sim. Espaço funcional que nos leva de um lugar ao outro, também. Para mim [olhar atento] revela-se um cenário rico. Literário. Cada pessoa, cada porta de embarque. Um enredo.

 

O aeroporto é um organismo vivo que nunca dorme. Por entre malas e passos apressados, histórias começam e histórias terminam, sempre à espera do próximo embarque. 

Entrar num aeroporto é atravessar uma fronteira entre a rotina e o desconhecido.
O ar tem um cheiro peculiar. Uma mistura de café com o perfume importado das lojas Duty Free. Chocolates suíços. Miniaturas de cidades. Restaurantes variados. Um pedaço do mundo concentrado em mesas, também elas, apressadas. Os painéis que anunciam lugares distantes. Vozes entrelaçadas em dezenas de idiomas a ecoar pelos corredores.

Uma atmosfera única.

 

Os aeroportos são lugares de ninguém. São propósitos. A corrida frenética para apanhar um voo. A espera da chamada de embarque. As despedidas. As lágrimas. As aventuras. A solidão. A mochila e o bilhete. A ida.

Deixamos para trás parte do peso da vida. Seguimos mais leves. Por horas. Por momentos. Para sempre, quiçá. O aeroporto tem a sua própria lógica. Há espaço para vaguear. Observar. Imaginar as histórias de quem está mesmo ali ao lado. Poucos lugares revelam tanto sobre a essência humana como os aeroportos. 

O aeroporto ensina-nos a viver. A aceitar. A lidar com as metáforas. Há sempre um novo destino. Uma jornada de promessas e possibilidades prestes a começar.

 

E num ciclo infinito de chegadas e partidas, o aeroporto segue vivo. Como um coração que nunca para de bater.