Pilates: um Superpoder
São 46 anos, mais próximos dos 47 do que dos 45. Em Janeiro, inscrevi-me nas aulas de Pilates. Não foi resolução de Ano Novo. Foi mesmo o grito do ipiranga para um corpo cada vez mais adormecido.
E tem sido uma agradável surpresa. É que nem capas nem máscaras – o Superpoder vem do nosso corpo. E o Pilates tem sido uma lição de sábios para o pôr a funcionar como nunca.
Aos poucos, fui deixando de ser aquele boneco totalmente desarticulado e conquistei força. Uma leveza de bailarina. Postura de rainha. Um escudo contra o stress. Energia Turbo. E um bem-estar incrível, no final de cada aula.
Deixei de deslocar o ombro a pôr o cinto de segurança ou a dar cabo da lombar só para chegar aos atacadores.
Respiro mais. Respiro melhor. Afasto o stress e aquela sensação de cansaço sem motivo. Porque o Pilates desperta os músculos e dá-me um empurrão [um Boost, mãe! Dizem os meus filhos, enquanto me fazem lembrar a idade que tenho]. Coração e mente no ritmo certo. Eu diria que o Pilates é uma dose de relaxamento disfarçada de exercício.
E zero sacrifício. Mas atenção! Zero sacrifício não quer dizer zero esforço. Quer dizer fortalecer. Alongar. Sem castigar o corpo. Sem me castigar. O Pilates exige esforço, muito, e deixa-me de rastos. Quando digo zero sacrifício, refiro-me ao facto de trabalharmos tudo, sem sairmos do lugar.
E quem diz que não há Superpoderes é porque nunca experimentou o Pilates. Ou tem outro significado para a expressão Superpoderes. Quem disse que não posso dar novos significados ou escrever as palavras como eu quero?].
Um Superpoder, é sentir o corpo ágil. Leve. Forte. Mais resistente. Apanhar alguma coisa do chão sem que a coluna proteste. É alongar. É sentir os movimentos mais fluidos. É o corpo responder melhor a tudo.
É controlar a respiração. Acalmar o sistema nervoso. Fazer desaparecer a tensão nos ombros e desacelerar a mente. Organizar o caos. É activar a circulação, em vez de ligar a máquina do café para acordar.
É exercitar o corpo, sem ter de levar com o barulho dos ginásios. A música em altos berros. As máquinas todas ocupadas em hora de ponta. Há quem goste e é para alguns, sem dúvida. Não é para mim.
Quero mexer-me mais e melhor, sem me destruir no processo. A mim e à minha motivação.
O Pilates enche-me as medidas. Recomendo!