Que nunca nos falte assunto
Este post não é sobre a gravidade da situação, mas sim sobre o quão caricatos nós, portugueses, somos.
Valha-nos este sismo que, até ver, felizmente, não trouxe vítimas nem danos, mas trouxe tema de conversa.
Que é disto que precisamos... de falar, de opinar, de desabafar, de especular, trocar ideias e partilhar, partilhar e mais partilhar nas redes sociais um qualquer facto pelo qual todos tenhamos conhecimento.
É que estamos no Verão. O país está [grande parte dele] a meio gás, para não dizer sem gás nenhum e, como sabemos, os temas dos jornais, da rádio e da televisão estavam a ficar escassos.
Das guerras, passamos para os incêndios, esticamos um bocadinho mais o tema com Miguel Albuquerque e as férias e puff, rapidamente ficamos sem tema novamente.
Mas, como sempre, a Mãe - Natureza com toda a sua perfeição, deu-nos mais um alerta e pôs os pontos nos is, que é como quem diz, colocou tudo nos seus lugares. Presenteou-nos com um acordar diferente, a horas que não são as nossas. Ui!!! E se este tema dá pano para mangas...
Em casa, logo de manhã, entre vizinhos, colegas de trabalho [estejamos nós a trabalhar ou não], e ligamos aos pais, aos amigos, aos avós. E na mercearia, no supermercado e com quem nos cruzamos na rua.
E disputamos o 1º lugar de quem mais sentiu. E discutimos o epicentro. E a magnitude. E o número de réplicas.
Será que foi um caso isolado? Ou será que é complexo? Sim, porque entretanto já estão pares de especialistas a falar na televisão, em todos os canais, desde a madrugada. E também nós já somos especialistas no assunto. Porque estamos colados à CMTV para perceber a dimensão do rasto de destruição que, mesmo não tendo havido, passou a haver na mesma - uma árvore milenar, caída numa qualquer travessa desconhecida das ruas de Lisboa, com direito a directo, vizinhos e aparato.
Nós somos um povo caricato. Se nos mantivermos assim, estará sempre tudo certo.