Vamos todos morrer,
de Hugo van der Ding
SINOPSE
Joana d'Arc, Pablo Escobar, Maria Antonieta, Santo António, Rosa Parks, Napoleão, Ada Lovelace, Saramago, Lucrécia Bórgia, Jesus Cristo, Sartre, Lady Di, Bob Marley: todos mortos. Não vale a pena esperar outra coisa da vida a não ser o seu fim. Porém, como dizia Camões, há aqueles que se vão da lei da morte libertando e, em vez de irem fazer tijolo, fazem História nem sempre pelas razões mais nobres, mas é, provavelmente, para o lado que dormem melhor.
Com as suas notas necrológicas dignas de antologia, Hugo van der Ding demonstra, todas as manhãs, na rubrica Vamos Todos Morrer da Antena 3, e, agora, com este livro, que nem a História tem de ser um relato aborrecido e soporífero dos grandes feitos e acontecimentos, nem o entretenimento tem de ser um atentado a todos os nossos neurónios.
Até ao fecho do presente livro, das 141 almas que foram desta para melhor e cujas venturas são aqui descritas, nem uma reclamou do obituário que lhe calhou em sorte.
O AUTOR
Hugo van der Ding (n. 1982) nasceu no Convento de Santo Domingo, em Asunción, no Paraguai, onde a mãe tinha entrado como noviça por estar à espera de bebé de um homem casado de ascendência holandesa. Aos cinco anos, acompanhou a mãe como missionária à Índia. Estudou no Colégio de São João de Brito, em Cochim, e foi depois secretário pessoal do bispo da mesma cidade, Joseph Kureethara. Nos jardins da diocese, apaixonou-se por Botânica e trabalhou como desenhador científico para a Universidade Estadual de Kerala. Fascinado com a presença portuguesa em Cochim, e com as figuras que por lá passaram — de Camões a Vasco da Gama, de São João de Brito a Afonso de Albuquerque — compra um bilhete de avião só de ida e aterra em Lisboa, em 2010. Depois de descobrir que todas estas figuras já tinham morrido havia vários séculos, entrega-se ao álcool e às corridas de cavalos. E foi precisamente nas corridas de cavalos que fez uma relativa fortuna, o que lhe permitiu pagar para trabalhar na escrita, no teatro, na rádio e em televisão. Também desenha e é embaixador em Portugal da Xiomani, multinacional chinesa de falsificação de artigos de luxo.
REVIEW
Não conhecia o autor, nem mesmo o podcast. Adorei!
É caso para dizer não é para quem quer, é para quem pode escrever assim de forma tão fluída e com um sentido de humor absolutamente subtil, mas que encaixa que nem uma luva.
Este é um livro de biografias diversas, mas que lhes junta um humor próprio e, mesmo para quem ainda não conhece o autor, como era o meu caso, rapidamente se vai aperceber de que é um humor muito característico, muito próprio, inigualável.
Sou fã da biografia tradicional [não por serem a sério, mas por serem sérias] e em momento algum senti que esta obra as pudesse, sequer, beliscar. É outra forma de relatar vidas. Umas já as conhecemos, outras nem tanto, mas mesmo as que não conhecemos queremos devorar. E vamos passando as páginas, sempre com muita curiosidade para saber quem é o próximo.
Recomendo, mesmo! Eu comprei o meu na wook.